Das três grandes obras rodoviárias previstas no contrato de concessão de rodovias assinado pelo governo estadual com a Rodonorte (contorno na BR-277, em Campo Largo; duplicação do trecho da PR-151 entre as cidades de Piraí do Sul e Jaguariaíva, e a duplicação da BR-376 entre Ponta Grossa e Apucarana) não restam dúvidas de que essa última não é só prioritária para o Paraná como à região dos Campos Gerais.
A duplicação da 376, de Ponta Grossa até Apucarana, é uma aspiração antiga da sociedade e mais do que nunca apresenta-se como uma necessidade. Ponta Grossa é uma das cidades que mais crescem no Paraná e seu notável desenvolvimento socioeconômico, prosperado pela entrada de multinacionais, precisa de pistas duplicadas para continuar.
Há outro importante detalhe que justifica essa prioridade. A Klabin está disposta a investir R$ 6,8 bilhões numa nova fábrica no município de Ortigueira e vai precisar de estrada duplicada para entrar e sair com seus caminhões. É o segundo maior investimento privado da história do Paraná. Ortigueira, conforme mostra o mapa político do Paraná, está entre Ponta Grossa e Apucarana e é cortada pela Rodovia do Café.
Uma análise mais atenta da importância dessa obra revela os dados estatísticos do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) sobre os acidentes ocorridos nesse trecho. Por não ter pista dupla, a estrada é uma das mais violentas do Brasil. Um estudo do Instituto Sangari, publicado ontem pelo Jornal da Manhã, coloca Tibagi como o município com a 7ª maior taxa de mortes no país. E a maioria dessas tragédias acontece na perigosa Rodovia do Café.
Ontem, a notícia do dia foi o anúncio da ação civil pública contra a Rodonorte, o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e o Estado do Paraná, ajuizada pelo Ministério Público Federal, que pede a duplicação do trecho da PR-151, entre Jaguariaíva e Piraí do Sul. Com isso, a construção da pista dupla entre Ponta Grossa e Palmeira, anunciada para 2013, pode nem ocorrer.
Fonte: www.tnonline.com.br
