O porta-voz do movimento “Sociedade contra a Corrupção”, José Plínio da Silva Filho, diz que a manifestação é um repúdio à corrupção. “Somos cidadãos indignados, pedindo o fim da impunidade, e transparência. Em países desenvolvidos com leis severas e fiscalização os políticos têm medo de roubar, não por causa da mídia, ou do que os outros vão falar, mas porque dá cadeia”.
Ele diz que a passeata é um protesto, um pedido de basta e que as leis passem a ser cumpridas. “Não aguentamos mais pagar impostos, e ainda pagar por educação, por saúde, pois se for esperar em filas de hospitais públicos iremos morrer, pagar por segurança pública e a mesma não existir, e os políticos roubando esse dinheiro. As pessoas têm que participar, a inércia é detestável, não podemos continuar vendo escândalos e não agirmos, é preciso que a população se organize”.
José Plínio diz também que a princípio o movimento acontece em Maringá, mas que graças às redes sociais, pessoas de outras cidades, como Curitiba e Cuiabá (MT) têm manifestado apoio ao movimento.
“A ficha limpa foi um fôlego a mais que o Supremo Tribunal Federal nos deu, uma esperança. Mas até onde iremos agüentar? Queremos a reação popular, que os cidadãos fiquem mais atentos, participem, não elejam mais esses picaretas. Algumas pessoas nem sabem onde é a Câmara Municipal, e ficam reclamando de quanto os vereadores estão ganhando”.
Tiradentes
O porta-voz do movimento também avisa que esse é um movimento apartidário, ou seja, não apóia nenhum partido. E o dia 21 foi escolhido por ser uma data emblemática. “Tiradentes foi assassinado, pois lutava contra a coroa portuguesa pela independência do Brasil. Nós queremos gritar independência contra a corrupção”, diz José Plínio.
As entidades civis que participam do movimento são as Lojas Maçônicas da região, a Acim, Rotary, Lions, Jovens das ordens Demoley e Filhas de Jó, a Ordem dos Advogados do Brasil, o Conselho de Segurança e diversas igrejas.
OAB
O presidente OAB Maringá, João Everardo Resmer Vieira, diz que é uma obrigação aderir ao movimento. “Depois das coisas que têm acontecido na administração pública, devemos participar. É preciso que os políticos entendam que não aceitamos mais a falta de ética, por isso estamos convocando todos os advogados e a sociedade em geral para participar”.
O presidente do Conseg, coronel Tadeu Rodrigues também confirma a participação da instituição. “Estaremos lá, estamos cansados de ver maus exemplos, é preciso dar um basta. Essa passeata mostra nossa indignação”.
O porta-voz do movimento José Plínio da Silva Filho reforça o convite para a população. “Esperamos que o patriotismo acenda nas pessoas, que elas se envolvam, se cada um fizer um pouquinha a gente chega lá.” Ele também deixa seu e-mail para contato para duvidas: jose-plinio@uol.com.br.
Alguns números da corrupção
Superfaturamento de obras públicas, fraudes em licitações, compra de votos, tráfico de influência. A lista de crimes cometidos por corruptores e corruptos de todas as esferas e categorias em todo o país somente na última semana poderia preencher esta folha sem muito esforço. E, muito provavelmente, faltaria espaço para completá-la.
Publicado em 2010 pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Índice da Percepção da Corrupção estimou entre 1,38% a 2,3% do produto interno bruto (PIB) o custo médio da corrupção no país apenas naquele ano. Traduzindo: de R$ 50,8 bilhões a R$ 84,5 bilhões foram furtados dos cofres públicos para servir a interesses particulares. Tomando por base o custo estimado no cenário realista, de R$ 50,8 bilhões, seria possível investir em equipamentos e materiais para 129 mil escolas das séries iniciais do ensino fundamental, construir 918 mil casas populares de acordo com os padrões do programa Minha Casa, Minha Vida II.
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